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Perfil Epidemiológico de Pacientes Submetidos ao Teste de Hidrogênio Expirado para Avaliação de Intolerância à Lactose

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Silmara Fernandes Moura 1, Mariana Dermínio Donadel 2, Márcia Lyrio Sindorf 3, Vilson de Lemos Junior 4
1. Estudante de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
2 Médica formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
3. Professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Médica do Centro Especializado em Doenças Digestivas e do Fígado
4. Médico do Centro Especializado em Doenças Digestivas e do Fígado

Introdução

A mal absorção de lactose devido a deficiência da enzima lactase, é a intolerância à carboidrato mais comum. Ocorre prevalentemente em brancos, adultos e tem associação com um histórico familiar de deficiência de lactase (1,2). Tal deficiência enzimática pode ser devido a uma desordem congênita, primária com diminuição da produção ao longo dos anos, ou secundária a outras doenças intestinais (2,3). A não hidrólise da lactose permite que esse carboidrato chegue ao cólon e seja fermentado por bactérias da flora local, gerando sintomas de dor, distensão abdominal, flatulência, aumento da peristalse e diarreia, além de produzir gases como o H2 e CO2 que podem também ser absorvidos para a circulação e eliminados através da respiração  (3). Assim, o teste de hidrogênio expirado (THE) é usado como teste diagnóstico por identificar esses gases, sendo um teste válido e não invasivo que pode ser usado para muitas condições intestinais, como a má absorção de lactose (3,4). Tendo em vista as diversas condições que o THE pode diagnosticar, e a similaridade entre os sintomas dessas condições, há a necessidade de realizar diagnósticos diferenciais entre as doenças, e assim, saber indicar corretamente esse exame, bem como, conhecer o perfil epidemiológico dos portadores da intolerância à lactose. O objetivo desse trabalho foi  determinar a prevalência de intolerância a lactose e caracterizar o perfil epidemiológico em pacientes submetidos ao THE.

Métodos

Estudo transversal quantitativo descritivo com amostra de 41 pacientes submetidos ao THE entre 2016-2018 no CEDIFI-Nova Iguaçu (RJ).

Resultados e Discussão

Foram inclusos 41 pacientes submetidos ao THE entre 2016 e 2018. Dentre estes, 14 eram do gênero masculino (34%) e 27 do feminino (66%) conforme gráfico 1. Em relação à etnia, todos pertenciam à branca. O gráfico 2 apresenta a relação da faixa etária apresentada na pesquisa. Tais características epidemiológicas apresentadas foram condizentes com a literatura mundial acerca da suspeita de deficiência de lactase, apesar da miscigenação fortemente marcante no Brasil que pode ser um fator influenciador, demonstrando, assim,  um predomínio entre mulheres, etnia branca  e predomínio na idade adulta, sendo o pico de idade no nosso estudo entre 31-40 anos.

Sobre o resultado do THE, 19 (46%) apresentaram resultados para intolerância a lactose, e 22 pacientes (54%) apresentaram exame normal (gráfico 3), tal resultado é esperado, tendo em vista a similaridade de sinais e sintomas na intolerância a lactose com outras condições intestinais o que dificulta o diagnóstico diferencial, fazendo do THE um exame não invasivo necessário.

Conclusão

Obteve-se maior prevalência de adultos, gênero feminino e etnia branca. Conclui-se, então, que as variáveis epidemiológicas encontradas no estudo são condizentes com o demonstrado na literatura universal. Salientamos, ainda, a necessidade de realizar diagnóstico diferencial entre as doenças que compartilham os sinais e sintomas semelhantes aos portadores de intolerância a lactose para uma melhor indicação do THE.

Referências

  1. Intestinal fructose transport and malabsorption in humans .Am J Gastrointest Liver Physiol 300, 202-206, 2011
  2. Hartwing FP. Intolerância à lactose: prevalência, determinantes e associação com consumo de lacticínios e osteoporose. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, novembro de 2014
  3. Lactose malabsorption and intolerance: what should be the best clinical manegement. Gastroint . Pharmacol. and Therapeutics. June 6,3(3) 29-33 2012
  4. Gasbarrini A, Corazza GR, Gasbarrini G, et al. Methodology and indications of H2 breath testing ingastrointestinal diseases: The Rome Consensus Conference. Aliment Pharmacol Ther, 29 (Suppl. 1), 1–49, 2009.
  5. Simrén M, Stotzer PO. Use and Abuse of hydrogen breath tests. Gut 2006;55:297–303.

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